Moradores de áreas de risco estão preocupados
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012O período de chuvas está em seu auge e a preocupação com as enchentes volta à assombrar guia de Itatiba. Vinhedo e Valinhos já sofreram no primeiro dia do ano, domingo passado, com transbordo de córregos no centro das cidades e áreas de alagamentos por conta da forte chuva.
Segundo a Defesa Civil (DC), os locais com risco de alagamento, pela sua topografia, continuam os mesmos seis pontos: Bairro da Ponte, Recanto Rouxinol, Bairro da Ponte Nova, Olaria do Belgine, Olaria do Rossi e rua Luis Jarussi. “Porém, o número de famílias nessas áreas diminuiu”, diz nota da DC. “Na rua Afonso Rossi, no Bairro da Ponte, que era uma das áreas mais afetadas, várias famílias foram retiradas definitivamente e as casas foram destruídas ou permanecem vazias. Em outros locais, as famílias continuam morando, mas a Defesa Civil faz o monitoramento 24 horas por dia”, diz a coordenadora da Defesa Civil de Itatiba Leila Recaman Cavallaro.
Leila, que também responde como coordenadora da Regional de Bragança Paulista, diz que os principais riscos de deslizamento em Itatiba estão ligados não à sua topografia natural, mas sim às obras sem acompanhamento técnico nesses terrenos, “onde são realizadas retiradas de terra e não há a contenção dos barrancos, causando deslizamento e colocando as residências dos próprios moradores e dos vizinhos em risco”. Os pontos mais problemáticos são os bairros Colina II, Terra Nova, Jardim das Nações e San Francisco.
A DC local diz ainda que, juntamente com o setor de fiscalização da Secretaria de Obras, está em constantes vistorias aos locais, mas que a colaboração popular é fundamental. “Pedimos à população para que evite executar este tipo de procedimento durante a época de chuvas. Se for necessário, somente façam com orientação técnica”.
BAIRRO DA PONTE
O BOM DIA visitou anteontem os pontos indicados como problemáticos e viu que a situação está diferente, ao menos na rua Afonso Rossi, localizada no Bairro da Ponte, em comparação com a época da última cheia. “A prefeitura elevou o nível da rua e melhorou a via para condições de tráfego, mas ainda faltam calçadas. Além disso, eu também estou em obras para elevar o nível de minha casa e evitar que – em caso de ocorrer enchente – eu sofra”, disse a moradora Fernanda Rossi.
Sobre a afirmação da Defesa Civil de monitorar os pontos críticos, no entanto, ela não notou a presença dos agentes no local fazendo qualquer tipo de orientação, em caso de cheia – ou risco dela. “Não sei se passaram por aqui, não os vi. Talvez não tenham vindo porque as chuvas estejam fracas e não tivemos nenhuma situação de risco. Quando as chuvas ocorrem de maneira intensa, eles orientam sobre os cuidados que devemos ter e ficam de prontidão, monitorando o nível do rio Atibaia”, disse Fernanda.
Para que os problemas ocorridos nos últimos em 2010 e 2011 não se repitam, a moradora acredita que a solução é desassorear o rio. “Eu entendo que essa é a medida que evitaria qualquer problema com as cheias nesta época, pois tem pontos em que as pessoas atravessam o rio tranquilamente devido à enorme quantidade de areia no trecho”, encerrou.
RECANTO ROUXINOL
Outra área de risco é o bairro Recanto Rouxinol. Nos últimos dois verões várias casas e chácaras foram invadidas pelas águas do rio Atibaia. O BOM DIA também visitou o bairro e uma das vítimas da última cheia, a comerciante Joana Darc França, falou sobre a apreensão que os moradores vivem neste começo de ano. “Nós ficamos preocupados com o que vemos pela TV. Você fica atento a qualquer chuva, pois dependendo da situação, tem que deixar seu imóvel. Ano passado as águas não invadiram minha casa, mas alguns animais de criação e minhas plantações sofreram com as chuvas”, disse a comerciante.
De acordo com ela, agentes da Defesa Civil monitoram o bairro com frequência e os moradores têm os contatos deles em caso de problema. “Nós sabemos o que fazer. Mas da última cheia para este ano nada mudou, infelizmente. Prometeram que limpariam o rio, mas até agora nada. E o pessoal da prefeitura disse que faria isso, pois se houvesse uma limpeza na calha [do rio], talvez não sofrêssemos com enchentes”, declarou. “Segundo os agentes da Defesa Civil, neste ano não deve se repetir o problema do que passou. Mas mesmo assim, até o fim deste mês, a apreensão é grande”.
OLARIA BELGINE
Dois moradores da Olaria Belgine, outra das áreas castigadas pelas águas ano passado, disseram que tudo está tranquilo no início deste ano e eles não acreditam que outra cheia – como as já registradas – possa ocorrer desta vez. “Moro aqui há 32 anos e somente em 2010 e 2011 enfrentei este problema. Ano passado foi um pouco pior, perdi um freezer, mas este ano isso não deve se repetir”, disse Geraldo Nardi.
A moradora Rosieli Martins contou à reportagem que devido a pouca quantidade de chuva na primeira semana do ano, a Defesa Civil não compareceu ao bairro. “Mas quando as chuvas vêm com grande intensidade, eles estão sempre presentes e orientam as medidas que devemos tomar. No ano passado, apesar das águas invadirem algumas casas, não sofri prejuízos. Este ano, um problema que precisa ser solucionado são as bocas de lobo entupidas, pois da maneira como estão, algumas casas ficaram com água devido ao não escoamento da chuva e não devido a cheia do rio”, declarou Rosieli.
Sobre melhorias no local, a moradora disse que um grupo se reuniu após as chuvas do ano passado e falou aos vereadores sobre os problemas, mas, diz, até o momento nenhuma obra foi realizada. “Pedimos principalmente o desassoreamento do rio, que é a solução para os problemas de cheia. Alguns vereadores até vieram visitar o local, mas não fizeram nada por nós”, encerrou.
Fonte: Rede Bom Dia
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